O Vaticano publicou nesta segunda-feira (18) um documento que autoriza padres católicos a abençoar casais do mesmo sexo.

A medida é mais uma iniciativa do papado de Francisco para a inclusão de pessoas LGBTQ+ nos dogmas da Igreja Católica. Ainda assim, a entidade frisou que a medida não libera o casamento para pessoas do mesmo sexo. Na doutrina Católica, o casamento é dedicado à ‘exclusiva, estável e indissolúvel união entre um homem e uma mulher, naturalmente voltada para a geração de crianças’.

Os sacerdotes podem se recusar a oferecer as bençãos, mas ficam proibidos de impedir ‘a entrada (em igrejas) de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção”.

A publicação, assinada pelo Papa Francisco, ampara a decisão na crença de que a benção é um sacramento inclusivo e ‘que pode ser direcionada para pessoas, objetos de devoção, imagens sagradas, lugares e para todas as realidades que remetem a Deus, louvando-o e abençoando-o’.

Mudança de posição

Na publicação de hoje, o Vaticano afirmou ser necessário rever posições para evitar que o significado das bençãos seja submetido a certos pré-requisitos ‘morais’. O documento cita a Nota Explanatória de 2021, publicada pela Congregação para Doutrina da Fé, que mantinha textualmente a proibição a bençãos para pessoas do mesmo sexo.

Para o papa Francisco, que completou 87 anos no domingo (17), a Igreja Católica não pode perder a ‘caridade pastoral, que deve permear todas as decisões e atitudes’. Francisco afirmou que a entidade não pode se comportar ‘juízes que apenas negam, rejeitam e excluem os outros’.