Em 2024, o Paraná consolidou sua liderança nacional em doações e transplantes de órgãos, apresentando indicadores que reafirmam seu protagonismo no setor. Com uma taxa de 42,8 doações por milhão de população (pmp) entre janeiro e setembro, o Estado supera mais que o dobro da média nacional, de 20,3 pmp, e lidera o ranking nacional divulgado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Santa Catarina ocupa o segundo lugar, com 40,6 pmp, seguido por Rondônia (39,6 pmp), Rio Grande do Sul (28,9 pmp) e Rio de Janeiro (26,7 pmp).

Além de liderar em números absolutos, o Paraná registrou a menor taxa de recusa familiar do Brasil, com apenas 27%. Esse índice, associado ao recorde histórico em notificações de morte encefálica, é resultado de ações de conscientização desenvolvidas pelo Sistema Estadual de Transplantes (SET), que opera com uma rede estruturada, envolvendo aproximadamente 700 profissionais e 70 Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos (CiHDOTTs).

“O Paraná é o primeiro estado do nosso território nessas atividades e dentro do Paraná o Hospital Bom Jesus (HOESP) de Toledo é referência” afirmou Itamar Weikanko, coordenador da CiHDOTT da HOESP, em entrevista ao Toledo News. Segundo ele, a instituição realiza, há 19 anos, atividades essenciais como diagnóstico de morte encefálica, manutenção de potenciais doadores, acolhimento familiar e entrevista para captação de órgãos. “Em 2024, ultrapassamos nossos recordes, com 30 protocolos realizados e 28 aceites para doação. Isso reflete o compromisso e a maestria com que nossa equipe realiza esse trabalho, sempre respeitando a legislação vigente”, destacou.

Dados dos últimos nove anos mostram que a taxa de conversão entre entrevistas realizadas e doações confirmadas no Hospital Bom Jesus é de 94,2%, um dos mais altos índices do país. “O trabalho é destaque tanto pela qualidade dos processos quanto pelos resultados finais, como a aceitação familiar para doação”, reforçou Weikanko.

No Paraná a estrutura do SET inclui quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) estrategicamente localizadas em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, além de 60 equipes transplantadoras e diversos centros especializados em transplantes de órgãos sólidos, córneas e tecidos musculoesqueléticos. 

Com um sistema consolidado e resultados expressivos, o Paraná se destaca como referência nacional no cuidado à saúde pública, tendo em Toledo e no Hospital Bom Jesus uma referência na promoção da vida por meio dos transplantes.