Primeira Eucaristia e o chamado ao exemplo: o que estamos entregando aos nossos filhos?

Hoje, no Evolução em Foco, vale a pena a gente respirar fundo e refletir sobre algo que tocou profundamente a nossa comunidade no fim de semana: a Primeira Eucaristia de 42 jovens em Quatro Pontes. Um momento simples, mas enorme em significado.

Nós estivemos presentes em uma comemoração festiva, convidados por um casal de amigos para celebrar este passo importante dado pelo filho. E bastou ouvir a mensagem dos pais para perceber que aquilo ia além de uma celebração religiosa. Eles disseram aos convidados que estavam ali não apenas para comemorar, mas para ajudar — ajudar o filho a caminhar com Deus, a crescer em valores, a manter viva a oração, a se firmar em princípios num mundo onde tudo parece rápido, raso e desconectado do espiritual.

E aí vem o paralelo inevitável: hoje, muita gente parece ter desaprendido a conversar com Deus. A oração virou exceção, não hábito. O sagrado virou algo “opcional”, principalmente entre as novas gerações. Ir à missa, ao culto, participar da vida comunitária… tudo isso vai ficando em segundo plano, como se fosse dispensável. Mas não é.

O que vimos na Primeira Eucaristia foi a prova disso: a comunidade inteira abraçando jovens que estão dando seus primeiros passos de maturidade espiritual. E quando uma comunidade faz isso, ela envia uma mensagem forte: “vocês não estão sozinhos, nós caminhamos juntos.”

Por isso, a provocação de hoje é direta: qual é o exemplo que nós, adultos, estamos entregando aos nossos filhos?
Não adianta cobrar valores se nós mesmos não os praticamos. Não adianta desejar fé para os jovens se nós não os levamos até a igreja, se não mostramos que oração é força, é norte, é refúgio, é equilíbrio.

Criança aprende muito mais pelo que vê do que pelo que ouve. Se os pais caminham rumo ao sagrado, os filhos seguem. Se os pais vivem princípios, os filhos absorvem. Se os pais param para rezar, agradecer e pedir sabedoria, os filhos entendem que Deus não é teoria — é presença.

Numa comunidade pequena como Quatro Pontes, isso pesa ainda mais. Aqui, cada gesto inspira. Cada exemplo educa. Cada atitude forma caráter.
E quando a gente compreende que também é responsável pela formação espiritual dos jovens — mesmo que indiretamente — passa a agir de forma diferente.

Talvez a grande lição da Primeira Eucaristia seja essa: a fé dos nossos jovens depende, antes de tudo, da coerência dos nossos passos.
Se queremos uma geração com valores, precisamos mostrar valores.
Se queremos uma geração que conhece Deus, precisamos caminhar com Deus.

E no fim, fica a reflexão que ecoa:
O que os nossos filhos veem nos nossos atos? Fé que inspira? Ou religião que se pratica só de vez em quando?

Porque, no fundo, a forma mais poderosa de evangelização continua sendo o exemplo vivido — silencioso, constante e verdadeiro.