Seus hábitos estão te fortalecendo ou te enterrando?
Autores como James Clear (Hábitos Atômicos) e Ryan Holiday (O Ego é seu Inimigo) mostram que a mente é uma grande contadora de histórias. Quando alguém diz: “Eu vou parar de fumar, mas só depois dessa semana difícil”, ou “Eu sei que preciso emagrecer, mas meu corpo já está acostumado assim”, não está apresentando um argumento verdadeiro. Está oferecendo à própria mente uma desculpa bem elaborada para justificar a permanência no mesmo padrão. E a mente compra essa mentira porque, no fundo, mudar dói.
O ciclo da autossabotagem
Essas justificativas criam uma bolha de conforto onde a pessoa se sente “segura”, mas essa segurança é ilusória. Augusto Cury chama isso de “prisão mental”: hábitos destrutivos mantêm o corpo em decadência e a alma em dívida consigo mesma. Quanto mais repetimos essas desculpas, mais elas viram uma identidade: “eu sou assim mesmo”. Essa frase é um atestado de desistência.
A mente humana trabalha melhor quando enxerga recompensas — não basta só dizer “vou parar de fumar” ou “vou emagrecer”. O cérebro precisa sentir que há um ganho imediato, ainda que pequeno, para sustentar o esforço. É por isso que tantos autores, como Charles Duhigg (O Poder do Hábito), defendem a criação de recompensas claras: cada vitória, mesmo mínima, deve ser celebrada. Trocar o cigarro por uma caminhada e marcar esse momento como conquista, anotar cada dia de disciplina na alimentação e se permitir reconhecer esse avanço — isso cria dopamina, gera motivação real e reforça a identidade de alguém que está, de fato, vencendo.
O choque necessário
É duro ouvir, mas é simples: você não é refém de um cigarro, de uma garrafa ou de um prato exagerado de comida. Você é refém da história que repete para si mesmo todos os dias. O problema não é a falta de conhecimento — todos sabem que fumar mata, que beber em excesso destrói, que o sobrepeso compromete a saúde. O problema é a falta de honestidade consigo mesmo. Enquanto não houver brutal sinceridade, a chave não vira.
Como virar a chave
A mudança começa quando você para de dialogar com a desculpa e começa a dialogar com a realidade. Pergunte-se:
- Se eu continuar assim pelos próximos 5 anos, onde estarei?
- O que estou sacrificando da minha vida, da minha família, dos meus sonhos, só para alimentar esse hábito?
- O que é mais forte: meu desejo imediato ou meu propósito de longo prazo?
Como diz James Clear, não se trata de “virar uma pessoa melhor de repente”, mas de escolher ser 1% melhor a cada dia. Pequenas escolhas, repetidas com consistência, constroem uma nova identidade.
Equipe editorial do site Tropical Notícias, formada por jornalistas e redatores especializados em cobrir os principais acontecimentos da região.
Jornalista com especialização em Comunicação e Marketing, possui formação internacional em Coaching e Leadership pela Ohio University (EUA) e especialização em Docência do Ensino Superior. Atualmente cursa MBA em Inteligência Artificial. Palestrante e consultor em Desenvolvimento Pessoal com 21 anos de experiência em comunicação e vivência cultural em 12 países.












